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As idades e os seus modos de ver
As idades e os seus modos de ver

Até aos quinze
é um viver de alegria
enquanto os dezoito não chegam
é um desassossego, uma agonia


Os dezoito chegam, 
a liberdade também,
e já se pensa
que se é alguém.


Os namoricos
o querer casar,
oh peço desculpa
agora é só juntar.


Não me levem a mal
não é pra ofender ninguém
então a gente não diz; estamos juntos
quando na companhia de alguém?


No fundo o que importa mesmo
é se a felicidade existe
e não sei se é pela crise ou se pelo que é
anda por aí muita gente triste


Mas também muita gente feliz
porque a vida é feita de tristezas e alegrias
e se hoje se está triste
pensemos que virão melhores dias


Não perdi o raciocínio
saí um pouco da rota
no que toca à juventude
no geral dá gosto andar de mota


E até quando se cai
depressa se levanta
é um fazer das suas
um pinta-a-manta


Só que depois os trinta
uma dorzita aqui outra ali
são os primeiros sintomas
até nem tanto se ri


Ai a ternura dos quarenta
talvez de ternura nada
mas ainda existem forças 
para uma patuscada


Vem o outro dia
pensas que ainda és jovem!
Ainda estou aqui prás curvas
dito seja por mulher ou homem


E os cinquenta
o século a meio
meio-termo quiçá pra tudo
é mais bonito do que feio


Só que a terceira idade
com quantos anos se apanha?
E o que se tem mais
sabedoria ou manha?


Enfim! Fico, por aqui
dirá alguém; oh que versos medonhos.
Assim termino desejando a toda a gente
continuação de momentos risonhos.

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